No percurso que o café faz até chegar à sua xícara, a torra se destaca como um processo crucial na definição dos sabores característicos da bebida. 

Com nuances que variam entre frutado, caramelo, amêndoas e chocolate, a torra não apenas molda o paladar, mas também a intensidade da experiência.

Neste artigo, vamos mergulhar nas complexidades desse processo, explorando seus diferentes tipos e como cada um contribui para o perfil de sabor único do café que tanto apreciamos.

Como é a torrefação do café?

A torrefação é um processo no qual o café cru é transformado em grãos torrados, prontos para a moagem. Para atingir esse ponto, ele precisa ser submetido a uma temperatura que varia entre 180 °C e 240 °C.

Esse processo dura cerca de sete a quinze minutos e deve ser realizado com técnica apurada, pois cada café reage de maneira distinta no torrador.

Esse trabalho é conduzido pelo Mestre de Torras, um profissional que analisa o potencial de sabores dos cafés e desenvolve perfis de torra adequados, manejando com minúcia a temperatura e o tempo de cada torra.

Após a moagem, o café está pronto para se transformar em uma bebida com sabor doce, caramelizado e encorpado.

E como a torra interfere no sabor do café?

Uma boa torra é aquela que realça as melhores características de sabor, aroma e acidez de cada tipo de grão, evitando a adstringência característica da torra subdesenvolvida.

Esse processo de torra ocorre de maneira similar à caramelização do açúcar em uma panela. Primeiramente, o grão perde toda a água ainda presente em sua composição.

Em seguida, ele começa a absorver energia e sua coloração é alterada à medida que a temperatura aumenta, adquirindo tons mais amarelados até atingir o estágio de caramelização.

Nesse aspecto, é crucial que o Mestre de Torra tenha cuidado especial no intervalo entre o aumento da caramelização perfeita e a carbonização, que ocorre em questão de milésimos de segundos, para evitar o sabor amargo.

Quanto mais tempo o café permanece no torrador, mais açúcar natural do grão é consumido. Portanto, quanto mais escura a torra, menos doce será a bebida resultante.

Quais os tipos de torra?

Um café pode passar por três tipos de torra: clara, média e escura, cada uma com suas características distintas de sabor.

Torra Clara

Este tipo de torra resulta em um café suave, com leve amargor e acidez pronunciada, além de textura encorpada. É frequentemente usado para máquinas de café espresso.

Torra Média

Nesse processo, o café alcança um equilíbrio entre corpo, doçura, amargor e aroma. Além disso, a torra média confere uma qualidade aveludada à bebida, com notas semelhantes às do chocolate. É uma escolha popular para avaliações de cafés especiais e métodos como coador de pano ou filtro de papel.

Torra Escura 

Nesse estágio, ocorre a perda de óleos essenciais que migram para a superfície do grão, muitos dos quais são carbonizados. Como resultado, o café se torna menos ácido, mais amargo e menos encorpado, com uma coloração mais escura.

Cafés com torras excessivamente escuras podem diminuir alguns dos benefícios, especialmente as propriedades antioxidantes, sendo usados por fabricantes de café para uniformizar e mascarar defeitos.

Para saber mais sobre a diferença entre os tipos de torra de café, veja esse vídeo explicativo da Baggio Café sobre o tema:

Ao entender a influência da torra no sabor do café, mergulhamos em uma jornada que une ciência e arte. Cada xícara de café revela os resultados desse processo meticuloso, desde a escolha da torra até o momento em que os sabores dançam em nosso paladar.

Portanto, convidamos você a explorar sua xícara de café de maneira mais profunda, apreciando não apenas o gosto, mas também a história e a paixão por trás de cada grão torrado.

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Fontes: Uninassau, G1, Unique Cafés, Grão Gourmet